O amor é uma condição inerente à nossa existência. Nascemos pelo amor, sobrevivemos por causa do amor que nos foi dado e passamos o resto das nossas vidas em busca da realização do amor pleno.
Em busca deste amor, encontramos no outro aquilo que falta em nós, e por isso experimentamos a deliciosa e instigante sensação de entrega.
Ao entregarmos nosso coração a alguém, entregamos-lhe nossa vida, nossos sonhos e expectativas, nossos projetos e ideais, e até nossas imperfeições. No encontro com o outro esperamos que ele seja capaz de amar nossas virtudes e suportar - há quem diga até, tentar modificar - nossos mal fadados defeitos. E no afã de tornar completa nossa incompletude existencial, mergulhamos num mar de experiências que nos enriquecerá para sempre.
Ao dedicarmos nosso amor, exigimos fidelidade e desejamos a infinitude, condição que a nossa vida nos encerra. A morte, como fenômeno pertencente à vida, diariamente nos revela que estar vivo significa preparar-se para o fim, assim como o fazem todas as coisas vivas.
O difícil é enfrentar que do mesmo modo que há encontros, há desencontros, de interesses, opinião, educação, investimento e afeto. Esses minam o amor e o fazem morrer. É o rompimento que chega gerando perdas significativas.
A maioria de nós, não lida bem com as perdas, naturalmente, no entanto, em se tratando de "vontade", ou da falta desta em seguir um relacionamento, a experiência é menos compreendida.
Muitos casais, ao romperem sua união, estão deixando para trás muito mais do que o amor. É uma vida construída, de muito ou pouco tempo. Uma vida idealizada e projetada um no outro.
Há quem saia aliviado, há quem saia atormentado. Há os que se despedaçam, desesperam. Há inclusive aqueles que saem "numa boa", mas até estes, em algum momento, reconhecem o que perderam e não mais existirá, não ali.
In "sobre o enfrentamento do luto conjugal" , por
Kátia Cristiane V. de Araújo Bezerra
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